Ambicionava apenas alterar pequenos desvios que pensava fazerem dele uma pessoa melhor e para além de tudo queria driblar a rotina. A acrescentar a tudo isto, pretendia sentir-se bem consigo.
No seu "post it" mental encontrava uma prioridade: CORAGEM
Não se considerava um cobarde, mas tinha perfeita noção que em certas alturas da vida deveria ter arriscado mais. Os seus grandes desafios e sensações de adrenalina estiveram sempre ligados com projectos que tinham como resultado uma boa qualidade de vida e o esquecimento da última vez que teria usado uma máquina de calcular.
Sempre tinha sido um aluno mediano a matemática, pelo que tinha resolvido fazer tudo para nunca efectuar subtracções, apenas somas.
Verificava apenas que tinha retirado dele os SONHOS. Sonhos daqueles que fazem uma pessoa sorrir, daqueles que fazem esquecer a realidade e pairar numa penumbra positiva, daqueles com um cenário azul de uma paisagem estival.
Faltara-lhe CORAGEM para correr atrás, para saltar para um poço cheio de certezas e para arriscar no absolutamente improvável.
Limitava-se a contornar essas situações com uma perícia que lhe permitia obter aplausos e a admiração de quem o rodeava.
Mesmo assim, atingida a idade do maior altruísta de que ouvira falar , decidiu não deixar que a sua consciência o crucificasse dia após dia.
Naquela hora, no final de almoço, fechou a agenda cheia de compromissos, alcançou o aparelho que o ligava aos que lhe engordavam a conta bancária, seleccionou no menu "criar nova mensagem de texto" e digitou no ecrã: "Apetece-me falar contigo, queres jantar comigo?"
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